Nascemos com dois ouvidos e uma boca, dizem que para ouvir duas vezes mais que falamos. Mais estamos cegos?
Há uma cegueira que querem nos impor. E vamos nos tragar a isso? Há ilusão de ótica, intensa. Vemos um branco, branco, branco.
Temos tempo, agora temos. E o que fazemos? Nos preocupamos com um tempo que não temos ainda. Que não sabemos. Está oculto o futuro.
Temos então o presente. E detestamos o passado.
O presente é bom. Pois temos este tempo presente. E podemos então ausentar a cegueira imposta e olhar. Olhar para o próximo. Aquele que está tão próximo, ao lado. O próximo agora é o que está ao nosso lado. Olhemos então para ele. Pois só temos o agora. E agora são eles. Os nossos próximos.
Não estamos presos, ao contrário. Agora estamos livres para ouvir o marido, a esposa, os filhos.
Muito o presente?
À ele é que devemos nos dedicar. Já que o futuro não nos pertence neste momento.
Está muito claro, muito branco.
Basta ver pontos coloridos na claridade. São os nossos. Nos dedicamos a eles.
Não sejamos otários de não aproveitar o presente. O presente é nosso “presente”.
Nos fartemos.